sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Eu e meu psicólogo I

Hoje, tive a segunda consulta com o psicólogo. Na verdade, hoje, eu descobri que o que eu faço se chama psicoterapia e que o psicólogo é o terapeuta. Antes eu achava que só maluco fazia essas coisas. Maluco ou rico, porque eita gente pra ter problema é rico né? Vira e mexe vão fazer análise, terapia, etc... Sabem que maluco e rico as vezes são quase a mesma coisa.

A consulta de hoje foi diferente. Já estava mais confiante com o doutor Maurício e acho que ele comigo também. Acho que daqui pra frente vai ser assim, quanto mais eu conhecer o doutor, mais eu vou conseguir falar e me abrir. Na primeira vez eu achei um pouco estranho estar ali falando, ou tentando falar, coisas da minha vida, particulares, para uma pessoa que eu nem sabia quem era. Confesso que não me senti muito confortável, mas fazer o que? Já estava ali mesmo, só me restava cair pra dentro e falar da vida, uma vida que eu acho que ele não conhece muito bem, porque a maioria dos seus pacientes, ou clientes, como já percebi que eles falam às vezes, devem ser os bacanas, que as vidas estão bem longe de ser parecidas com a minha.


Na primeira consulta o Dr. Mauricio me deixou mais falando, não perguntou quase nada e mesmo que eu não estivesse tão confortável, falei muita coisa, lembrei de muita coisa, e até chorei. Hoje foi um pouco diferente. Ele já começou me perguntando coisas da minha família, da minha infância, como foi, onde morava. Disse que eu falo muito bem. Acho que ele ficou surpreso quando eu falei onde nasci. Eu expliquei para ele que estudei, terminei meus estudos, até o segundo grau, até comecei um cursinho barato de inglês, mas não consegui terminar. Ele ainda não perguntou como eu conseguia dinheiro, e tomara que não pergunte.

Eu contei também uma coisa que ele nem perguntou, mas saiu, quando eu vi já tinha falado. disse que tem um monte de gente fazendo um trabalho comigo, mas não entrei muito em detalhes.

Mesmo já conhecendo o Dr. Mauricio, eu continuei um pouco desconfortável, e dessa vez, até com medo. O que será que ele ainda vai me perguntar? Do que mais ainda vou ter que lembrar nessas consultas? Será que isso vai afastar ou reviver os meus fantasmas? Saí do consultório pensando seriamente em não voltar mais lá, pensando em até que ponto isso vai me ajudar. Mas resolvi voltar sim, porque preciso de ajuda. Mesmo doendo algumas vezes, acredito que vá me ajudar. Acho que a dor também pode salvar né? O que acham?

* Gostaria de agradecer a pessoa que me indicou esse médico e também a quem me disse que eu precisava de um.

Um comentário:

  1. Dora fico feliz em saber q vc está escrevendo, usando isso como desabafo. Sua vida mudará sim e pra muito melhor, depende de vc!
    abraço..........

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